Capadócia é um outro mundo

Para quem está acostumado a ver paisagens de praias, montanhas e lagos, a Capadócia é um prato cheio. É diferente de tudo que já havia visto na vida, mesmo o deserto no Egito.

As formações originadas pela lava dos vulcões Erciyes e Hasan, em conjunto com a erosão da água e do vento ao longo de 3 milhões de anos, são de tirar o fôlego.

Ao chegar na região, onde a cor ocre predomina, já é possível ter uma ideia de como era dura a vida das pessoas que viviam por ali. No entanto, apesar das dificuldades e dos terremotos, as cidades subterrâneas e os monastérios escavados na pedra estão lá para deleite dos turistas.

A primeira parada foi na formação rochosa conhecida como chaminés de fadas, que ganharam esse nome graças ao eco gerado pelo vento ao passar pelo local. As pessoas achavam que o barulho era produzido por fadas que moravam lá.

Em seguida fui ao museu a céu aberto de Göreme. Os buracos na rocha primeiro foram usados pelos hititas como depósito para alimentos e mercadorias.



Mais tarde, as cavernas escavadas no século I DC pelas mãos humanas serviram como local de peregrinação e estudos religiosos.

Os cultos dos primeiros cristãos aconteciam lá e ainda hoje é possível ver nas paredes as pinturas (dos séculos 9 a 11 DC) retratando Jesus, Maria e, claro, São Jorge.
Conta a história que São Jorge nasceu ao pé de um dos vulcões da Capadócia, no século II DC. No entanto ele é muito mais venerado no Brasil do que na Turquia, já que o país é 99% muçulmano.

Explorar esses locais exige fôlego, pois caminha-se muito e há centenas de degraus para subir, descer e por vezes anda-se agachado mesmo.

Na Fortaleza de Uçhisar, por exemplo, a subida é íngreme e com chuva e vento fica quase impossível chegar ao topo.

Do local tem-se uma vista geral da região, e por isso mesmo foi usado como posto de vigilância por muitos anos.

Outro ponto interessante a visitar uma das 140 cidades subterrâneas da Capadócia, cada uma com capacidade para cerca de mil pessoas.

Foram construídas primeiro para guardar alimentos, como adega e aos poucos com as guerras na região passaram a ser utilizadas como esconderijo.

Era possível ficar debaixo da terra por cerca de três meses, pois foram construídos canais para entrada de ar, poços para retirada de água e portas que uma vez fechadas só poderiam ser abertas pela parte de dentro.


Agora, não me pergunte como o pessoal daquela época se orientava lá em baixo, pois aquilo é um verdadeiro labirinto. O passeio é imperdível, mas não recomendo para quem é claustrofóbico ou tem dificuldades de locomoção.

Passei apenas dois dias na Capadócia, mas recomendo mais, pelo menos quatro para dar tempo de fazer mais visitas e também o passeio de balão. Por cerca de 150 Euros você pode sobrevoar a região pela manhã logo cedinho. As saídas acontecem por volta das 5h e dependem das condições climáticas do dia. Quem fez adorou!

À noite, além das opções de diversos restaurantes aos pés das montanhas há um show de danças típicas da Turquia. Não gosto muito desses números para turistas, mas já que estamos na chuva...

O grupo folclórico até que se saiu bem, havendo inclusive uma brasileira entre eles, apresentando o número da dança do ventre.

O negócio só destoou ao final, quando encerraram o show com uma "discoteca" tocando macarena (?!) e forró (!). Oh céus! kkkkkkk

Marcadores: , , | edit post
0 Responses

Postar um comentário