A cidade vermelha

A segunda parada de minha viagem ao Marrocos foi em Marrakesh. Conhecida como a "cidade vermelha" devido à cor típica de suas edificações, ela fica aos pés de uma cadeia de montanhas com neve eterna nos cumes - o Alto Atlas. Marrakesh também é chamada de "porta" para o deserto do Saara e tem para os turistas uma infinidade de atrações.

A praça Dejemaa el-Fna, na minha opinião, é o que há de mais interessante. Lá você encontra de tudo um pouco: tatuadores de hena, encantadores de serpente, vendedores de água, dançarinos, músicos de rua, micos que dançam, engolidores de espadas, feira e comidas típicas. E essa mistura é o que torna a praça uma lugar pitoresco.

Dica: vá no início da tarde para visitar o comércio, e depois veja o pôr do sol de um dos bares com terraços ao redor da praça. Peça um té (chá), pois não servem bebidas alcoólicas e aguarde a noite chegar. Depois, desça e se misture aos locais.

A impressão é de que estamos em uma feira como muitas que existem no interior do Brasil. As barracas com pedaços de carnes penduradas, com frutas cristalizadas, com sopas, os vendedores de ervas medicinais, todos formam um festival de cheiros e sabores.

Da praça se avista outro ponto turístico da cidade: a mesquita Koutoubia e seu minarete de 77 metros de altura. Curioso saber que existem duas outras torres similares: Giralda, localizada no sul da Espanha, e Hassán, situada em Rabat - capital do Marrocos.

Os detalhes entalhados nos quatro lados do minarete são impressionantes, principalmente quando observados no momento em que é cantado o chamado para as orações diárias na mesquita.

A porta Bab Agnaou também merece uma visita. Ela é parte das muralhas erguidas no ano de 1150 e dava acesso à kasbah (fortaleza) de Yacoub El Mansour.

No local pode-se conhecer um pouco da arquitetura militar marroquina, visitar as tumbas saadinas do século XV, onde estão enterrados os corpos de vários sultãos (entre eles o que deu o nome à fortaleza) e apreciar os detalhes da construção da mesquita de El Massouria.

O palácio El Badi está próximo. Lá, no mês de junho, acontece o Festival Folclórico de Marrakesh, com apresentações de danças típicas de todas as partes do país.

A medina de Marrakesh é outra atração. Vá pela entrada da praça Dejemaa el-Fna e aprenda um pouco mais sobre a arte da pechincha, que nos países árabes sempre antecede a compra de algum produto. E o que trazer para o Brasil? Écharpes, luminárias, copos finamente decorados, batas, babuchas, açafrão e tudo mais que seu bolso permitir comprar!

Uma boa dica de programa noturno na cidade, além da praça é claro, é o espetáculo do Chez Ali. O local fica cerca de 10km distante de Marrakesh e oferece shows para o turista conhecer um pouco mais da cultura bérbere, os nômades do deserto. O ingresso inclui um jantar típico sob tendas armadas, onde é possível provar o legítimo cuscuz marroquino entre outras iguarias.

Se você tiver ganho na Mega Sena ou estiver com a vida mais folgada, opte por se hospedar no Mamounia. O resort tem tudo para o hóspede se sentir um verdadeiro sultão. Caso seu bolso não permita essa estravagância, faça como eu. Fique em outro lugar mas dê uma passada no local apenas para visitar. :-)

Quantos dias é preciso para se conhecer Marrakesh? Recomendo pelo menos três para conhecer as principais atrações. E se possível treine um pouco de francês. O inglês é falado somente nos hotéis, e a comunicação fora deles é difícil se você não arranhar um pouco essa língua.
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