Cultura + Compras

Em Pernambuco existe um roteiro que pode ser feito pelo turista, aliando cultura a compras. Trata-se de uma viagem às cidades de Caruaru e Bezerros. Partindo de Recife, em apenas um dia é possível visitar os dois locais, voltar com a sacola cheia de compras e também conhecer um pouco mais sobre a cultura brasileira.

O ideal é fazer o passeio de carro, pois assim o visitante terá maior liberdade para se movimentar entre as cidades. Partindo de Recife, pegue a BR 232. Ela está duplicada e bem sinalizada. A pista é irregular no início, mas passando o primeiro trecho está praticamente um tapete. Siga as placas que não tem erro. Você passará pelas entradas de cidades como Vitória de Santo Antão, Gravatá, e Bezerros, mas esta fica para a volta.

Saia por volta das 7h, pois o sol é inclemente em determinadas épocas do ano. Duas horas depois você está chegando à Caruaru, conhecida como a "Capital do Agreste". Siga as placas e vá direto para a Feira de Caruaru, que tem o título de Patrimônio Imaterial Brasileiro. Na verdade, ela é um conjunto de feiras menores que englobam desde os tradicionais artigos de couro e renda até plantas, raízes e artigos falsificados. Ou seja, de tudo há por lá!

Existem vários estacionamentos rotativos no entorno da Feira e a maior parte cobra R$ 5,00 (jan/14) pela diária. De seg a sex ela está aberta até às 17h, mas aos domingos fecha às 13h. Vale passear pelas barracas, pechinchar, ver as bandas de pífano que passam por entre as ruas estreitas. Cuidado só para não se perder, por isso vale marcar um ponto de referência. Aproveite e passe no Museu do Cordel e na Casa de Cultura José Condé, que ficam dentro da Feira.

Quando chegar a hora do almoço, parta para a segunda parada do dia: o Alto do Moura. Distante apenas 7km do centro da cidade, é um dos centros de artes figurativas mais importantes das Américas. A rua principal tem o nome de Mestre Vitalino, maior expoente desse tipo de arte no país. Lá você encontra diversos restaurantes com comida regional.

Eu recomendo o Big Bode (81-3719-3250), que além de ser espaçoso, tem preços bem convidativos e um atendimento fantástico. Procure o Lima, garçom super simpático do local.

No cardápio o turista pode escolher entre bode, galinha cabidela e uma deliciosa picanha argentina que quatro pessoas comem lambendo os beiços.

Descanse um pouco e vá a pé para a Casa-Museu Mestre Vitalino. Este foi o local, em que ele morou nos últimos seis anos de vida.

Além das réplicas das obras, fotos e objetos pessoais você pode conversar com Severino Vitalino, um dos seis filhos do Mestre e administrador do museu.

Super simpático ele pode conversar horas com você sobre as obras, o trabalho em barro e contar passagens da vida se seu pai. Para entrar paga-se a quantia simbólica de R$ 1,00 (jan/14), e a visitação é de seg a sab das 8h às 12h e das 14h às 17h. Aos domingos é das 9h às 13h.

Reserve tempo também para entrar nos ateliers espalhados pela rua principal, e conferir os belíssimos trabalhos em barro retratando o dia a dia do nordestino.

Do Alto do Moura parta para a BR 232 novamente (siga as placas), agora em direção a Recife. Na volta, quando as placas de Bezerros apontarem pegue a via local da direita e siga em frente. Fique de olho, pois você deve parar na Casa da Xilogravura.

Trata-se da terceira parada do dia: o atelier de Silvio Borges, sobrinho de J.Borges (um dos maiores cordelistas e xilogravuristas do país). Na Casa você terá não só contato com essa arte popular, mas também receberá uma aula de como fazer uma xilogravura.

Sílvio e sua esposa recebem os visitantes de braços abertos e com toda a paciência explicam todo o processo que começa na escultura do desenho na madeira até a prensa do papel com a tinta gráfica.

No local você pode levar de lembrança, canecas, quadros, bolsas e outros objetos com as xilogravuras estampadas. Sílvio também ministra cursos para quem tiver interesse em aprender essa arte.
 
Bem ao lado da Casa da Xilogravura está o Memorial J. Borges, onde o visitante poderá ver os trabalhos do artista conhecido internacionalmente. Se a porta estiver fechada, é só bater e aguardar que um dos parentes dele irá abrir para você fazer a visita.

Os temas das xilogravuras são sempre relacionados ao dia a dia do povo brasileiro, especialmente aos costumes nordestinos. Os dois locais são uma verdadeira aula para quem gosta de cultura e arte popular.

Ao final do dia, pegue a estrada novamente. Uma última parada pode ser feita em Gravatá para ver a cidade iluminada à noite. Os lampiões e o casario antigo trazem um ar bucólico à cidade.

E o vento fresquinho convida para um café com torta de chocolate no Arte & Café, que já foi dica aqui do Blog.  Fica bem no centrinho da cidade e o atendimento é nota 10!
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