Na terra dos faraós

Em 2004 resolvi comemorar meus 30 anos de uma forma especial. Me dei de presente a viagem dos meus sonhos e fui conhecer o Egito. Após quase 15 horas de vôo, fora a espera por conexões finalmente eu colocava o pé na terra dos faraós!

O guia da operadora local já me esperava no aeroporto, um simpático egípcio chamado Fuad, cuja esposa e linda filha depois eu conheci. Apesar do Egito ser um dos países árabes mais "modernos" com relação às questões femininas, preferi viajar em grupo. Uma mulher sozinha, que não fala um ai na língua local é sempre vista como um ET.

Estranhamente o Cairo, a capital, me lembrou São Paulo: tráfego pesado, uma bruma de poluição ao amanhecer e mais de 16 milhões de habitantes já naquela época. Mas em compensação, quanta história tem o local.

O tour começou pela Cidadela de Saladino, localizada no alto de uma colina e de onde temos uma vista panorâmica da cidade. Lá está uma mesquita coberta inteiramente por alabastro, pedra muito utilizada para fazer objetos como jarros.

A obra foi construída (1.160 DC) por um arquiteto grego, que morava na Turquia e tomou como inspiração a mesquita de Santa Sofia, que fica em Istambul. Povo globalizado esse!

Um detalhe interessante: dentro da mesquita há um relógio que foi conseguido em uma troca com os franceses. Estes levaram o obelisco que hoje está na Place de la Concorde, e entregaram o relógio, que na verdade nunca funcionou.

O Museu Nacional do Cairo é outra parada importante para o turista. Ele possui a maior coleção com antiguidades egípcias do mundo. O destaque fica para a sala especial onde estão os tesouros encontrados na tumba do faraó Tutankamon, como a máscara mortuária de ouro.

Ainda na cidade, vale uma visita a uma fábrica de papiro. A planta cresce em todo o Egito e depois de colhida é transformada em papel com a mesma técnica utilizada há mais de 3 mil anos!

Na Queen of Egypt Papyrus vê-se todo o processo: descascar a planta, cortar os talos, colocá-los na água para amolecer, bate, passar o rolo de macarrão para tirar o excesso d´água e colocar as tiras para serem prensadas.

Ufa! Depois de todo esse trabalho já é possível criar lindas pinturas sobre o papiro. É impossível resistir e não comprar um, vou logo avisando!

Outro passeio no Cairo é ao mercado (souk) Khan el-Kalili, praticamente uma rua da Alfândega egípcia. Para quem não é carioca eu explico: são um conjunto de ruas, repletas de lojas em que se vende de tudo um pouco.

Você encontra desde vidros de perfume, camisetas, narguilés, papirus e todo o tipo de presentinho baratinho para amigos e familiares. Uma verdadeira maravilha! Mas se você está com pressa, fuja do lugar. As negociações com os comerciantes podem durar um tempo, já que o costume da pechincha é uma instituição nacional.

Confesso que não resisti e voltei com uma sacolinha!

O Cairo já foi conhecida como a cidade dos mil minaretes, por causa das dezenas de mesquitas existentes. No entanto, a cultura cristã também está presente. Pegue um taxi (os motoristas são doidos, mas você chega lá) e visite a parte antiga onde está o Bairro Copta, com as igrejas cristãs ortodoxas. Há indícios de que Jesus, Maria e José estiveram nesse local quando passaram pelo Egito.

E o que fazer à noite na cidade? Bem, se depois de andar léguas todos os dias você ainda aguentar sair do hotel, pode experimentar um jantar típico em barco ancorado no Nilo, com direito a show de dança do ventre, ou simplesmente andar pelas ruas da cidade aproveitando a brisa da noite no verão e o ar gelado no inverno.

Onde ficar? Minha dica é o hotel Movenpick, de uma rede suíça, que fica pertinho das pirâmides (dá para ir a pé, olha a foto tirada na calçada na frente do hotel!). Quartos super confortáveis, uma piscina maravilhosa, café da manhã fartíssimo. Só não se espante com o detector de metais na porta. Todos os lugares movimentados têm um para prevenção de atentados. Ah, e lembre-se da gorjeta para o camareiro!
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