M & Ms de Istambul

Este post não é um "merchan" dos confeitos de chocolate. Na verdade foi a forma que encontrei de denominar algumas das principais atrações da Turquia: Museus e Mesquitas (não necessariamente nessa mesma ordem!). Estas últimas são verdadeiras testemunhas das mudanças religiosas e políticas que ocorreram no país, quando ele nem mesmo existia como tal. Então, tenha paciência e visite os principais monumentos. Em Istambul consegui visitar os seguintes:

Mesquitas

Nova Mesquita - Essa construção foi iniciada pela mãe do sultão Mehmet III, paralisada após a morte dele, e só foi terminada, em 1663, pela mãe do novo regente Mehmet IV. Nos finais de semana vale sentar nas escadarias em frente e observar o pessoal que passa.

Há quiosques que vendem doces, milho cozido e outras guloseimas para ajudar a passar o tempo. Aprecie também uma das cinco chamadas diarias dos muezims para a reza.

O canto é penetrante e emocionante, sendo impossível não ficar arrepiado. Os mulçumanos são lembrados várias vezes ao dia que devem entrar em contato com o criador, já nós ocidentais...


Mesquita Azul - Construída no século XVI é a maior de Istambul e tem seis minaretes. Na Turquia é conhecida como Sultanahmet, pois foi erguida pelo desejo do sultão Ahmet I.

De fato, o tamanho impressiona e para uma visita completa é necessário mais que uma manhã ou tarde. As mulheres não precisam cobrir a cabeça com véu para entrar, mas a retirada dos sapatos continua obrigatória, conforme manda a religião.

Então, vá com meias e não se espante com um certo odor dentro da mesquita, afinal não é só você que sua nos pés!

Preste atenção também ao ritual, pois do lado de fora há local para lavar os pés antes de rezar e dentro as mulçumanas têm espaço reservado para orar. Você quase não as vê, pois ficam atrás de biombos.

O interior é ricamente decorado, com destaque para a cúpula central e as inscrições em árabe. Como não há utilização de imagens no islamismo, a escrita se converteu em arte e uma mesma frase ou palavra pode ser desenhada das mais diferentes e rebuscadas formas.

Ayasofya - Mais conhecida pelos ocidentais como Basílica de Santa Sofia, esta verdadeira jóia da arte bizantina tem mais de 1.400 anos.

O edifício foi erguido sobre duas outras igrejas, mas no século 15 foi transformado em mesquita pelos otomanos, que acrescentaram minaretes e fontes à construção.

Terremotos, muito comuns na região, já danificaram bastante a estrutura que hoje está reforçada e bastante modificada. Detalhe: não existe uma Santa Sofia, o nome vem da palavra grega sabedoria. E para alguns historiadores Sofia poderia ser considerada a oitava maravilha do mundo.

Tudo em Sofia impressiona o visitante: o tamanho das portas, a quantidade de mármore utilizada nas paredes e no chão, a capacidade para 10 mil fiéis, e os mosaicos, que cobriam teto e paredes (mas foram saqueados e muitos estão em Veneza).

Não tenha preguiça e enfrente a rampa que leva para o piso superior. Cansa, mas vale ver de perto alguns mosaicos do século X.

Passeie também pelo entorno da Igreja/Mesquita, onde há três mausoléus (Mehmet III, Selim II e Murat III), além de uma fonte para lavagem dos pés.

E depois de andar tanto nesta visita, descanse no lindo jardim com chafariz em frente à Sofia, prove um suco de romã ou coma uma espiga de milho vendidos no local.


Süleymaniye Mosque - Considerada uma das mais importantes da Turquia está fechada (out/2010) para obras de restauração. Fazia parte de um complexo com hospital, escolas, casas de banho, lojas e cozinha que alimentava diariamente cerca de 1.000 pobres (mulçumanos, judeus e cristãos).

Hoje, um restaurante funciona onde era essa cozinha. Foi durante o reinado do sultão Süleyman que o império Otomano teve seu apogeu (século XVI).


 Museus

Palácio Beylerbeyi  - Desenhado em estilo barroco, foi construído no século XIX por ordem do sultão Abul Aziz como local de lazer. Além de um passeio pelos jardins, é importante ver o interior do palácio, que hoje é um museu.

Tapeçaria, móveis importados da França, lustres belíssimos de cristal Baccarat são algumas das preciosidades que o visitante pode apreciar. Fotos ou filmagens são proibidas por lá.

O palácio, construído em mármore, está dividido em duas partes: a primeira, considerada pública, servia para recepcionar convidados e tratar de assuntos de estado. Já a segunda parte, o harém, era privado à família (filhos, escravas/esposas, e eunucos serventes) do sultão.

Destaque para a enorme sala em que foi construída uma fonte para entretenimento de quem visitava o local. O Beylerbeyi está localizado na parte asiática do Estreito de Bósforo.

Palácio Topkapi - Comparado à Cidade Proibida da China, o Topkapi é um complexo de jardins, pavilhões, e terraços com vista deslumbrante. Foi construído no século XV por Mehmet II para ser sua principal residência. No local, além também funcionava a sede do governo.

Além do sultão e suas esposas, viviam no local milhares de escravos que vinham de toda a parte da Europa ainda crianças. Depois de aprenderem novas língua e religião, passavam a desempenhar todos os serviços desde a limpeza até a defesa.

Devido ao tamanho, o ideal é reservar um dia inteiro para conhecer cada detalhe de Topkapi.

Ao entrar pela porta principal você já se depara com um imenso e lindo jardim, que na verdade era a área pública onde podiam circular todas as pessoas.


Após uma caminhada aproxime-se de uma construção interessante, com portas ricamente decoradas.

Este é o Divan, um local onde os ministros (vizir) se reuniam para discutir e decidir questões e eram vigiados pelo sultão através de uma pequena janela.


Seguindo em frente atravessa-se outra porta que dá acesso à parte privada de Topkapi, de uso exclusivo do sultão.

Aproveite os jardins para descansar e depois siga para as salas de exposição com vestimentas, jóias e tesouros da fé islâmica como objetos que pertenceram a Maomé.

O complexo possui um restaurante em terraço com uma vista magnífica para o Estreito de Bósforo e de onde é possível ver a Ponte de Gálata, uma das duas que unem os continentes europeu e asiático.
 
 
Cistena da Basílica -  Considerada um "palácio submerso", foi construída na época de Justiniano I, no século VI DC. Na verdade, ela não pertence a nenhuma basílica, mas ficava perto de uma que não existe mais. Descer no subterrâneo e ver parte das 336 colunas (de 9 m de altura cada uma), sustentando o que hoje são ruas onde passam carros, ônibus e até metrô de superfície, é realmente impressionante.

Com 9.800 m2, a cisterna armazenava cerca de 100 mil toneladas de água que era trazida de florestas próximas através de aquedutos. Infelizmente as fotos não fazem juz à beleza do local, pois é bem escuro para fazer fotos.

Os visitantes andam sobre passarelas construídas e podem ver peixes que hoje ficam no lago formado no fundo da cisterna.

Duas cabeças de medusa esculpidas em pedras chamam a atenção dos turistas, mas não há explicação para elas estarem lá.

Os arqueólogos acreditam que foram retiradas de outro lugar e trazidas apenas para calçar duas colunas.



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