Explorando o Douro


A região do Douro, em Portugal, considerada pela UNESCO Patrimônio Mundial da Humanidade, deve ser conhecida por quem visita o país. Há várias formas de explorar o Douro. Uma opção é ir de trem e parar nas principais cidades que margeiam o rio. Quem escolher esse tipo de viagem tem só o incoveniente de ficar carregando malas e depender de condução local para se locomover.

A segunda forma, e eu acho a mais indicada para quem tem mais tempo, é alugar um carro e fazer todo o percurso à beira do rio, saindo do Porto e chegando à Barca D´Alva, quase na divisa com a Espanha. Pode-se parar e ficar hospedado em três ou quatro cidades. O trajeto pode ser feito no sentido inverso já que a ordem dos fatores não alterará o produto: uma viagem linda pela alma portuguesa.

E há ainda uma terceira forma, mais indicada para quem não ficará muitos dias no país: o cruzeiro de um dia. E este se mostrou uma ótima escolha. Eu fui pela empresa Douro Azul, mas existem outras e vale uma pesquisa de preços antes de decidir. Optei pelo trecho Porto-Régua-Porto, que dá uma boa noção da vida nas margens desse rio tão famoso.

O passeio começa por volta das 9h30, quando o trem sai da Estação São Bento. Você pode comprar o passeio na própria loja da empresa próximo ao embarque, e no preço estão incluídos o trem, o cruzeiro, o almoço e as bebidas (vinho e água).

Chegue mais cedo para apreciar os magníficos azulejos da Estação, que contam parte da história de Portugal. Ao embarcar, precisa sentar-se do lado direito, o que garantirá uma visão melhor do Douro na ida. 

A viagem Porto-Régua dura cerca de 2h e ao descer, se houver tempo, passeie um pouco pelas ruas da cidade que surgiu durante a ocupação romana. Há também um museu que conta a história da região e como ela se tornou, graças ao Marquês de Pombal, a maior produtora de vinhos do país.

Os barcos de cruzeiro são extremamente confortáveis, e a tripulação atenciosa. O guia explica ao longo do percurso detalhes sobre as cidades que vemos às margens do Douro. A paisagem é fantástica com o rio serpenteando as montanhas verdes de vinhedos, eucaliptos e oliveiras. Daí conhecermos a alma portuguesa: vinho e azeite!

Interessante observar as pequenas vilas com suas casas simples, as mansões de algumas quintas, os moradores pescando sobre as pedras, e o rio calmo que é a fonte de riqueza de toda essa região. 

E as passagens por duas eclusas – Carrapatelo e Crestuma Lever – mostra magníficas obras de engenharia. Na primeira delas, vencemos um desnível de 34 metros e na segunda a diferença de 14 metros. O fechamento das comportas, bombeamento da água e abertura das comportas dura no máximo 20 min.

O almoço é de lamber os beiços: a tradicional broa com manteiga de entrada, um bacalhau espiritual com salada divino, e uma canjica com canela que só faltou o leite de coco para ficar perfeita. Tudo regado aos vinhos branco e tinto produzidos na região. E se exagerar na bebida não se preocupe, você poderá tirar um cochilo nas confortáveis poltronas da embarcação.

 








O cruzeiro termina, por volta das 18h em Vila Nova de Gaia, cidade separada do Porto pelo Douro, assim como Rio e Niterói, no Brasil são separadas pela Baía da Guanabara. Aproveite para tirar as fotos das pontes que ligam ambas as cidades, uma panorâmica do cais de Gaia e outra das casas da Ribeira, no Porto. Uma bela recordação de uma viagem tão deliciosa quanto os vinhos portugueses!


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