Guimarães, a cidade berço

Quem vai ao Norte de Portugal não pode deixar de visitar Guimarães, conhecida como o “berço” do país por ter sido, no século X, o primeiro centro administrativo do então Condado Portucalense. Lá governaram e nasceram figuras históricas como D. Henrique e seu filho D. Afonso Henriques.

A cidade, localizada no distrito de Braga, está bem próxima do Porto, a cerca de 60km em direção ao Norte e é bem servida de linhas de ônibus. Para quem decidir ir de carro as estradas são excelentes. Há também os trens e a viagem dura aproximadamente uma hora se você sair do Porto.

Muitas pessoas passam apenas um dia por lá, mas acho que dois seriam o ideal para ver os pontos principais. O centro histórico foi declarado Patrimônio da Humanidade e suas ruas e monumentos muito bem conservados são uma viagem no tempo.

A primeira parada deve ser o complexo formado pelo Castelo de Guimarães, Palácio dos Duques e a Igreja de São Miguel do Castelo. Reserve pelo menos uma manhã para esses monumentos. Eles estão bem próximos, (dá para se deslocar a pé entre eles) e são belíssimos.

A Igreja está no Monte Latito e segundo historiadores foi o local de batismo de D. Afonso Henriques. No interior não há muito o que ver, por isso a visita é rápida.

Siga então para o Castelo de Guimarães construído no século X pela Condessa Mumadona Dias para defender o Mosteiro de Santa Maria, este também erguido por essa nobre que comandava o Condado Portucalense.

Ao longo dos séculos, o Castelo sofreu inúmeras intervenções e hoje seu formato é bem diferente da construção original. Atenção para os horários de visita (10h às 18h) e aos ingressos, pois é possível comprar um combo para os três monumentos por 6E(maio/16).

Sem dúvida deve-se deixar o Palácio dos Duques por último, porque é o mais majestoso.

D. Afonso foi o responsável pela edificação, que serviu de residência para ele e sua segunda esposa, D. Constança, no século XV. O Palácio foi restaurado no século XX e possui em exposição peças com mais de 400 anos.

O destaque são quatro cópias de tapeçarias que narram as conquistas portuguesas no norte da África (os originais estão na Espanha).

Há ainda o mobiliário português e porcelanas da Companhia das Índias. A Capela e o Salão de Banquetes também são impressionantes.

Uma informação interessante é que o Palácio ainda é usado como residência oficial, quando Presidentes da República se hospedam em Guimarães.

Ao final da visita, a fome começa a apertar e a dica é andar em direção ao Largo da Oliveira.

Aproveite e observe o casario antigo, com a utilização de pedras bem ao estilo medieval. Há vários restaurantes para sua escolha.

Eu testei o Bruxa, onde há menus completos com entrada, prato principal e sobremesa.

Em dias ensolarados prefira ficar nas mesas externas para apreciar a arquitetura. O atendimento é excelente e experimentei um delicioso coelho de prato principal com tiramissú de sobremesa. hummmmmm

Prove também os doces típicos de Guimarães, entre eles, o Toucinho do Céu - uma massa folhada com recheio de ovos moles e amêndoas.

O local mais tradicional para comprá-lo é a Casa Costinhas, inaugurada por três freiras que saíram do Convento de Santa Clara e passaram a fabricar os doces conventuais.

Ah, o nome vem do fato da receita original levar banha de porco e como era feito no convento virou toucinho do céu!

Na parte da tarde e no dia seguinte você pode se concentrar em outras atrações da cidade, como o teleférico que sobe 400m a partir do centro de Guimarães. No alto da Montanha da Penha há parques, restaurantes, cafeterias e uma bela vista da cidade. As ruínas arqueológicas de Briteiros são outra opção. Elas mostram que existiu um povoado de origem pré-romana nessa região.

Reserve um tempinho da viagem para as compras. Além dos doces, há linhos, cutelarias e bordados. Atenção especial a estes últimos.

Um bom presente são os panos de prato e lenços com frases bordadas da mesma forma como séculos atrás. E diretamente do "berço" de Portugal!
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