Évora a cidade-museu

Eu considero Évora o coração do Alentejo. É a maior cidade da região e seu centro histórico de tão bem preservado, foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO e a levou a ser conhecida como a cidade-museu.

Para conhecê-la e seus arredores é preciso pelo menos uns quatro dias. Dois dedicados à cidade e dois para fazer passeios tipo bate e volta (Herdade do Esporão, Monsaraz, Arraiolos e Sítio Arqueológico de Nossa Senhora de Guadalupe, por exemplo).

Évora é cercada por muralhas o que a torna ainda mais especial. Para quem viaja de carro, o ideal é deixá-lo em algum estacionamento e percorrer a cidade a pé. São muitas opções de hospedagens dentro das muralhas. Desde pousadas de charme em antigos conventos até hospedarias mais simples.

Uma boa opção é a Victoria House. Uma pequena vila com apartamentos bem confortáveis e equipados com os utensílios domésticos básicos para você fazer seu café da manhã ou refeições.

O único porém é não possuir estacionamento mas há dois próximos (um pago e outro gratuito).

A Sé Catedral é o primeiro ponto de parada obrigatório do visitante. Erguida entre os séculos XIII e XIV em estilo românico-gótico é a maior catedral medieval do país.

A visita paga te leva até o claustro e ao alto da torre, onde você tem uma visão panorâmica da cidade. Observe na entrada principal as esculturas dos apóstolos no portal. Uma verdadeira obra-prima.

Ao sair da Sé dirija-se para o Templo Romano, construído no séc.I. Antigamente era chamado de Templo de Diana, mas os estudos recentes mostraram que, provavelmente, foi erguido em homenagem ao imperador Augusto. Situa-se no ponto mais alto da cidade que teria sido sede de tropas romanas.

Bem em frente ao templo está um conjunto de estruturas que pertenceram à família Cadaval. A primeira é o Convento dos Loios que foi transformado em pousada pela rede Pestana.

A segunda é o Palácio Cadaval, fundado no séc. XIV sobre as ruínas de um castelo mouro. E a terceira é a igreja de São João Evangelista, considerada uma das mais bonitas de Portugal, devido à coleção de azulejos do séc. XVIII. Para visitar o Palácio e a Igreja paga-se, pois são de propriedade privada, e eu recomendo ver os azulejos que estão muito bem conservados.

Ande em direção à Praça do Giraldo, bem no centro da cidade. Construída no séc. XVI em homenagem à Geraldo Geraldes, conhecido como Geraldo Sem Pavor. O personagem foi responsável pela reconquista de Évora em 1167 que estava sob domínio mouro.

A fonte em um dos pontos da praça é uma atração à parte. Em estilo barroco tem oito bicas cada uma associada a uma rua principal da cidade. Na parte de baixo das edificações junto às arcadas há comércio variado com sorveterias e cafés.

Para finalizar o dia, a sugestão é jantar na Enoteca Cartuxa. Você pode petiscar e provar os vinhos ou escolher um dos pratos do menu para ter uma verdadeira experiência gastronômica.

Reserve com antecedência porque eles estão sempre lotados, principalmente no verão. O atendimento é espetacular, o ambiente descolado e aconchegante. Os preços são salgados, mas vale cada centavo. O polvo e o pato são opções divinas, e de sobremesa tem mousse de chocolate e Licoroso Cartuxa!

Day after...

Apesar de histórica, Évora tem um ar jovial talvez pelo fato de abrigar a Universidade de Évora, a segunda a ser fundada em Portugal. Ela é um dos pontos turísticos que você pode visitar no segundo dia na cidade.

Há ainda as Termas Romanas, o Arqueduto da Água da Prata, o Museu de Évora, o Jardim Público e a Igreja de São Francisco com a Capela dos Ossos, entre outros.

Para finalizar seu segundo dia, a dica é o restaurante Páteo Wine Bar, que fecha às quintas e sexta-feiras. Ele fica escondidinho no Beco da Espinhosa, próximo à Praça do Giraldo.

Ao subir o beco você cai em um simpático largo com mesinhas e cadeiras para os clientes. No inverno eles cobrem local com tendas e colocam aquecedores.

O atendimento é super simpático e o cardápio conta com muitas opções de petiscos pratos, sobremesas e vinhos.

Bom apetite!


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