Keep it comin' love, keep it comin' love. Don't stop it now, don't stop it, no no. Don't stop it now, don't stop it... É impossível não lembrar da música tema do programa de Amaury Jr. “Keep It Comin' Love” (KC And The Sunshine Band), quando falamos de Punta del Este no Uruguai. A primeira imagem quando você pensa na cidade é de um destino chic, com socialites e artistas em festas no cassino Conrad.

Mas Punta, como a chamam os íntimos, pode ser muito mais que isso e se transforma completamente dependendo da estação em que você for visitá-la. Eu prefiro viajar em temporadas baixas para aproveitar melhores preços, por isso conheci um lugar tranquilo, com muita história, um pôr do sol incrivelmente belo, moradores simpáticos, e ventos gelados que podem assustar os desavisados.

Fora da alta estação, dois a três dias são suficientes para conhecer os principais pontos. E foi assim que iniciei minha viagem pelo Uruguai.

Do aeroporto parti direto para Maldonado, o departamento (espécie de município) onde está Punta. Fui no transfer do pacote, mas alugar um carro também pode ser uma boa opção já que algumas praias ficam mais distantes e as estradas são muito boas. Punta está a 110 km da capital.

Fiquei no Hotel Ajax, dois minutos a pé da Praia Mansa, com quartos pequenos e aconchegantes, café da manhã saboroso e atendimento super simpático. Considero uma ótima opção para quem quer uma localização mais central e fazer vários passeios a pé.

Punta é uma península, uma ponta de terra banhada pelo rio da Prata de um lado e pelo oceano Atlântico do outro. Comecei a explorar o local pela Playa Mansa, com longos deques de madeira que seguem paralelos à praia e rendem boas caminhadas. Observe que na orla praticamente não existem edifícios com grades, os jardins são abertos, tudo é muito limpo e não se vê policiamento ostensivo. A segurança é garantida pelas câmeras que vigiam todos 24h por dia.

Siga na direção do Porto pela Rambla General Artigas. No caminho, você irá passar pela escultura em mármore de carrara do artista Pablo Atchugarry comemorativa aos 100 anos da cidade. Pare na Glorieta, um grande gazebo na beira d´agua, onde você pode observar os barcos, os pássaros e as águas mansas do rio.

O Porto Nossa Senhora da Candelária recebeu esse nome devido à chegada dos espanhóis no dia 2 de fevereiro de 1516, justamente o dia da santa. Não deixe de passar no mercado de peixes que fica na parte de baixo do deque. Com sorte você poderá, assim como eu, ver leões marinhos comendo os restos de peixe jogados pelos vendedores. Dali partem também passeios para avistar esses enormes mamíferos e até baleias.

Eu preferi procurar um bom lugar para almoçar e encontrei o restaurante Calma Chica, que fica bem em frente ao ancoradouro. A dica é pedir o menu do dia que inclui uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, além de refresco ou suco e o cubierto. Bem, este último item não é a gorjeta, mas uma espécie de taxa pelo uso dos talheres mas a maioria dos restaurantes oferece um pãozinho que já está incluído na taxa.

Antes de viajar verifique nos sites se ainda está valendo a isenção do IVA, o imposto de 22%, em caso de pagamento com cartões de crédito do Brasil. Caso positivo pague toda a parte de alimentação com o cartão. Na sua fatura esse valor será estornado automaticamente e cobrirá perfeitamente o IOF. Eu usei o Mastercard.  Foi ótimo não me preocupar em ficar trocando dinheiro a toda hora e ainda juntar milhagens no cartão para a próxima viagem!

Após o almoço aproveite para fazer a digestão passeando pela Av. Gorlero, a principal do balneário onde se concentra o comércio, e a paralela Rua 20, com as lojas de grifes internacionais. Para quem gosta de artigos de couro há também boas opções, mas achei os preços em Montevidéu melhores.

Descendo a Gorlero você chega até a Praça Artigas, onde à noite há uma feira de artesanato. Explore as ruas laterais, e no final do dia vá conhecer o Capi Bar e Restaurante. Para quem gosta de cervejas artesanais é uma ótima indicação. Peça os nachos para acompanhar, pois são deliciosos ($290 out/17).

Com a noite chegando, vale ir para o hotel, descansar, tomar um banho e depois partir para o Conrad, que é outra opção de hospedagem,  mas para os bolsos mais abastados. Ele também é um resort e promove festas badaladas no verão.

Quem não se hospeda lá, como eu, pode conhecer o local como visitante. Minha dica é tomar um drinque no bar do cassino, e ver como as pessoas esquecem do tempo nas máquinas caça-níqueis. Prove o Enjoy it. Você não irá se arrepender! E é bom ter atenção, porque os preços do cardápio estão em dólares.