Conhecendo a Cidade Velha

Quem visita Montevidéu precisa separar um dia para caminhar pela Cidade Velha, como eles chamam o nosso popular Centrão. Dá para fazer tudo a pé com paradas para lanches e almoço.

Comece pela Praça da Independência, onde está a estátua de José Gervasio Artigas e o mausoléu com os restos mortais desse político e militar que é considerado herói nacional. Em frente à praça está a Torre, sede do poder Executivo do Uruguai.

Pegue a direção da Av. 18 de Julho e veja o Palácio Salvo, que em 1928 era o mais alto da América Latina. Suba a avenida e observe a arquitetura dos edifícios, cada um mais lindo que o outro.

Volte depois para a Praça e siga na direção oposta onde há um enorme monumento de pedra. Ele é, na verdade, a Porta da Cidadela, o que restou do muro que cercava a cidade nos seus primórdios.

Atravessando a Porta você chega na rua de pedestres Sarandí. Não deixe de visitar a livraria Puro Verso, que ocupa o térreo de um edifício de 1917, tombado pelo Patrimônio Histórico.

Ela não chega a ser como a Lelo Portuguesa, mas seu interior é belíssimo e vale entrar. Você pode aproveitar e comprar um guia do Uruguai ou apenas tomar um café no andar superior.

Saindo da livraria, vá na direção do Teatro Solis, dois minutos a pé dali. Por cerca de R$ 12,00 (out/17) você faz a visita guiada em português, inglês ou espanhol.

Esta é uma verdadeira joia uruguaia construída em 1856.

No percurso, você conhece todas as partes do teatro que conta com o palco principal e outro menor para espetáculos mais modernos e intimistas. No subsolo há também uma galeria de arte cuja visitação está incluída no bilhete.

O guia explica que além da visita tradicional há outra em que eles detalham a influência da maçonaria na construção do teatro, mas essa ficou para a próxima viagem!

Saindo de lá, volte para a rua Sarandí, mas faça no caminho uma pequena parada no El Palácio del Café. Uma rede de cafés que funciona desde 1937, onde você pode fazer um lanche antes de continuar o passeio.

Para acompanhar prove o alfajor, um doce típico com uma massa de biscoito deliciosa, coberta por chocolate e recheado de doce de leite. O nome vem do árabe al hasu que quer dizer justamente recheado. A dupla sai por cerca de R$ 12,00 (out/17).

Agora que você já está mais animado(a), desça a rua Sarandí até a Praça da Matriz, também chamada de Constituição. Ela era a praça principal quando Montevidéu era praticamente um burgo, por volta do século XVIII. Foi ali que, em 18 de julho de 1830, se jurou a primeira constituição do Uruguai, a mesma que você vê no Palácio Legislativo!

Em seu entorno está Igreja Matriz da Imaculada Conceição e o Cabildo que, por 100 anos, foi sede administrativa da cidade e prisão. Hoje o edifício abriga o Museu e o Arquivo Histórico Municipal. Ambos podem ser visitados, mas fique ligado nos horários de funcionamento.

A praça é linda, com um chafariz enorme, muito semelhante às que se vê em Paris. Com o clima bucólico você aproveita e ainda visita a feirinha de antiguidades que funciona pelas manhãs. Às vezes o turista ainda dá a sorte de ver apresentações artísticas no local.

Continue o passeio entrando na rua Perez Catella. Desça até chegar no Mercado do Porto. É neste lugar que você irá almoçar, mas antes observe a construção em estilo inglês e as luminárias antigas. O Mercado, na verdade, é um polo gastronômico com dezenas de restaurantes. Eu recomendo o Cabaña Verônica que tem as opções de mesas e balcão.

Prefira a segunda opção, pois você será atendido mais rápido, já que fica tête à tête com os garçons! E todos são muito simpáticos! Prove o chorizo, a salchicha parrillera e a picata. Os dois primeiros são linguiças deliciosas que dificilmente você não irá repetir. Tudo vem acompanhando de vinagrete e torradas.

 Já a picata é o bife de carne com batatas fritas. O sabor é muito diferente, a carne macia, os pedaços são enormes e duas pessoas comem bem. Até eu que não sou chegada à carne vermelha adorei! O trio sai por cerca de R$ 100,00 (out/17) fora as bebidas e o cubierto.

Depois do almoço vá ao Mercado de Artesanato no edifício em frente. São as peças mais diferenciadas que você irá encontrar embora os preços sejam um pouco salgados. De lá vá comer uma sobremesa na loja Alfajores del Uruguai que fica próxima dali.

O lugar é a Meca do alfajor e do doce de leite e ainda tem a vantagem de ser tax free, ou seja, você consegue a devolução do IVA no aeroporto. Para isso, após pagar sua conta peça para eles preencherem o formulário que entregará no aeroporto. A diferença você recebe no cartão de crédito. Tudo simples e fácil.

Os licores saem em torno de R$ 15,00, o pote de 500g do doce de leite Narbona fica em torno de R$ 18,00. E a caixa com 16 alfajores por cerca de R$ 23,00 (out/17). É de dar água na boca!

Após essa parada estratégica, vá para o Museu do Carnaval. Sim há folia de momo no Uruguai! Claro que um pouco diferente do Brasil. Lá a festa dura 40 dias! As pessoas se divertem com a apresentação das murgas, espécie de grupos que cantam em apresentações como os blocos líricos de Recife. Os uruguaios investem nas fantasias, com máscaras e adereços.

Você ainda toma conhecimento do candombe, uma dança e ritmo musical com atabaques que no Uruguai não tem o mesmo caráter religioso do Candomblé brasileiro. Sua origem também está na chegada dos escravos africanos no século XVIII. Você poderá ver os tambores no museu e, se der sorte, ver uma pequena apresentação.

Outro local próximo que pode ser visitado é o Museu de Arte Precolombiano e Indígena.

No entanto, se estiver cansado ou já no fim do dia não é um lugar imperdível. Algumas peças até são interessantes, mas o local carece muito de conservação.

A dica para a noite é o Bar Negroni, um lugar super charmoso em Punta Carretas. Tem uma carta de drinks espetacular, e para matar a fome oferecem variados petiscos e também pratos à la carte. As batatinhas rústicas são uma delícia (R$ 36,00) e as rabas, ou anéis de lula, sequinhas e saborosas (R$ 42,00 out/170). Divirta-se!
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